Pegar num pauzinho, bater em tempo certo, sacudir um chocalho sem largar… parece simples, mas por trás destes gestos está um mundo de aprendizagem. Trabalhar a coordenação motora fina com instrumentos de percussão — mesmo os mais simples e feitos em casa — é uma forma eficaz e divertida de desenvolver competências essenciais nas crianças pequenas.
Coordenação motora e música: uma dupla afinada
A coordenação motora fina diz respeito ao controlo dos pequenos músculos das mãos e dedos — aqueles que usamos para escrever, abotoar uma camisa ou segurar um lápis. E é precisamente essa destreza que começa a ser treinada com instrumentos como paus rítmicos, guizos ou até uma simples colher de pau.
A música, ao envolver ritmo, precisão e repetição, cria o contexto ideal para que a criança desenvolva esta habilidade sem esforço — ou melhor, com muito entusiasmo.
Instrumentos de percussão caseiros: fáceis, baratos e eficazes
Não é preciso comprar um conjunto orquestral. Basta criatividade (e reciclagem). Aqui ficam algumas ideias de instrumentos fáceis de fazer em casa, perfeitos para trabalhar a motricidade:
– Chocalhos com garrafas plásticas: encher com arroz, feijão ou massas pequenas.
– Tambor de lata: uma lata vazia com balão esticado como pele.
– Paus rítmicos: dois pedaços de madeira leve, lixados para não ferir.
– Caixa de som: uma caixa de sapatos com elásticos esticados por cima.
– Guizos de tornozelo/pulso: costurados em fitas de tecido ou presilhas de velcro.
Estes instrumentos exigem que a criança agarre, bata, agite, sincronize movimentos — tudo isso enquanto ouve e reage ao som. Um treino sensorial completo!
Actividades para estimular com música e movimento
– Siga o ritmo: o adulto toca um padrão simples (ex.: bater duas vezes e parar) e a criança imita com os seus instrumentos.
– Música com instruções: usar canções que envolvam acções específicas com instrumentos (“toca devagar”, “agita forte”, “bate e pára”).
– Desenhos com som: tocar um tambor cada vez que se desenha um traço — ligando música à coordenação visual.
– Histórias sonoras: acompanhar contos com efeitos criados pelos próprios instrumentos.
Benefícios que vão além do ritmo
– Melhora da precisão manual e do controlo de força
– Estímulo à atenção e memória auditiva
– Desenvolvimento da lateralidade e orientação espacial
– Aumento da confiança motora e da autonomia em tarefas do dia a dia
E o melhor: tudo isto num ambiente afectivo, com espaço para a brincadeira e a expressão pessoal.
Música nas mãos, desenvolvimento no coração
Promover a coordenação motora através da música é dar à criança ferramentas para se expressar, comunicar e dominar melhor o próprio corpo. Com um par de colheres, umas sementes e muita imaginação, é possível criar experiências de aprendizagem ricas e significativas — dentro de casa ou na sala de aula.Porque às vezes, um simples tum-tum pode ser o início de grandes conquistas
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